segunda-feira, 27 de abril de 2009

Renascimento: ideias fortes

Em http://members.fortunecity.es/2675563/1.htm


Período da história cultural europeia que se iniciou na Itália à volta de 1400 e se prolongou até ao final do século XVI

É característica do Renascimento a descoberta do mundo e do indivíduo, bem como a redescoberta (iniciada por Boccaccio e Petrarca) da antiguidade clássica pagã.

Eram elementos centrais do Renascimento o conceito de humanismo, a crença na vida activa, em vez da contemplativa, e uma fé nos ideais republicanos. A maior expressão do renascimento está patente nas artes e no saber. Alberti, nos seus escritos sobre arte, criou um método de pintura (que advogava o uso da perspectiva para provocar a ilusão da tridimensionalidade), estabelecendo também uma nova temática não religiosa e de inspiração clássica.

Na arquitectura, criou, através dos seus textos e dos seus edifícios, um sistema de proporções simples que iria ser seguido ao longo de centenas de anos.

Os críticos e historiadores de arte consideram o período entre 1490-1520 (o «renascimento pleno ») como um ponto alto, com as obras de Leonardo da Vinci, Rafael, e Miguel Ângelo na pintura, e Miguel Ângelo e Bramante na arquitectura. O ponto alto da pintura veneziana viria alguns anos depois, com Ticiano, Veronese e Tintoretto.

Leonardo tem sido descrito como um «homem universal» devido à grande abrangência dos seus estudos e actividades, que incluíram a pintura, a arquitectura, a ciência e a engenharia.

As grandes realizações dos artistas foram possíveis graças ao mecenato de poderosas famílias, como os Sforza, em Milão, e os Médicis, em Florença, ou do doge de Veneza, ou ainda de papas como Júlio II e Leão X.

Na literatura, tanto Boccaccio como Petrarca escreveram importantes obras em italiano, em vez de latim, uma orientação que foi continuada com a criação de poemas épicos em vernáculo por Ariosto e Tasso.

A evolução do religioso para o secular tornou-se visível na criação das primeiras bibliotecas públicas e nas muitas traduções de clássicos, publicadas em Veneza no século XVI.

Na filosofia, a redescoberta do pensamento grego tomou a forma do neoplatonismo, associado a figuras como Marsilio Ficino. Maquiavel fundou, com a sua obra O Príncipe, os alicerces do moderno estudo da política.

Fora da Itália, a arte e as ideias renascentistas espalharam-se por toda a Europa. Erasmo, nos Países Baixos, encarnou a erudição humanista europeia; entre os pintores da Europa setentrional encontram-se Dürer e Holbein.

Em França, alguns dos escritores renascentistas foram Rabelais, Du Bellay e Montaigne;

em Espanha, Cervantes,

em Portugal, Camões,

e em Inglaterra, Shakespeare.

O termo «renascimento», como definição de um período da história cultural, foi introduzido por historiadores do século XIX.

Nas artes, o fim do renascimento foi marcado por um movimento ocorrido nos finais do século XV, o maneirismo; reagindo contra as convenções rígidas entretanto estabelecidas, caracterizou-se por uma tendência para um alongamento deliberado da figura humana e uma distorção propositada das perspectivas; mas o verdadeiro fim dos ideais renascentistas só viria a dar-se com a ascensão do iluminismo, nos finais do século XVII.


Para Michelet, a designação Renascimento significava a descoberta do mundo e do indivíduo, ideias popularizadas por Burckhardt no seu famoso livro A Civilização do Renascimento em Itália (1860). Essencial a esse processo era a redescoberta da antiguidade clássica, e como esta era por definição pagã, a sua revivificação, acompanhando a descoberta do indivíduo, tingiu toda a visão do renascimento como anti-medieval e anti-cristão. Assim, segundo o mesmo entendimento, ao mundo cristão da Idade Média seguir-se-ia uma era esplêndida na esfera cultural, mas pagã, logo suspeita nas suas qualidades morais, e destinada a um castigo condigno simbolizado pelas catástrofes que assolaram a Itália nos finais do século XV.

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